domingo, 19 de outubro de 2014

Ética na reprodução medicamente assistida

Hoje em dia a reprodução medicamente assistida (RMA), tem-se tornado cada vez mais importante na ajuda a pessoas com problemas na reprodução. Esta possibilita que casais, que por qualquer razão não podem ter filhos, procriem. Apesar de assim o ser, muitos problemas éticos são suscetíveis de serem levantados, uma vez que nos procedimentos que estão envolvidos na RMA, utilizam-se técnicas onde se está em contacto direto com embriões. Para algumas pessoas, o problema reside no aproveitamento dos embriões que é feito por parte dos médicos. As opiniões variam entre ser aceitável, ou não ser, e os argumentos dados tanto são de origem religiosa como de origem ética. A condição moral do embrião, que está intimamente ligado com as questões de quando começa a vida humana e com a definição de pessoa, é um ponto-chave no debate ético. É controverso se o embrião é um ser humano desde o momento da fertilização. Para os que pensam que a vida humana começa no momento da fertilização, o embrião tem os mesmos direitos que uma pessoa, é merecedor de todo respeito e deve ser protegido como tal. Dois argumentos sustentam este raciocínio: o primeiro é que o embrião tem o potencial de tornar-se uma pessoa, e o segundo é que o mesmo está vivo e tem direito à vida. Os que consideram o embrião apenas como um conjunto de células, julgam que ele não merece nenhuma diferença de tratamento que qualquer outro grupo celular. Há ainda quem se posicione de forma intermediária, defendendo que o embrião é especial, mas que não se justifica protegê-lo como a uma pessoa. O certo é que durante estas técnicas não é feito o correto uso dos embriões. Inúmeros embriões são desperdiçados, pois é necessário que se formem vários embriões de maneira a aumentar a probabilidade de sucesso. Muitas pessoas acham que o embrião tem direito à vida e acham incorreto manipular com a vida de um ser humano. As questões bioéticas em relação à doação de gâmetas envolvem a introdução de um terceiro elemento na relação conjugal (o dador), a forma como os gâmetas são obtidos (pagamento ou não-pagamento do dador), a questão do anonimato ou não, os possíveis danos psicológicos dessas crianças e o risco de consanguinidade(filhos do mesmo dador). Recentemente o anonimato do dador é um assunto bastante falado e sua discussão baseia-se no facto de que todo o ser humano tem direito de conhecer a sua origem biológica. Em alguns países o anonimato não é obrigatório, como a Austrália, e noutros, como na França, ao completar 18 anos o indivíduo passa a ter o direito de conhecer o pai ou mãe biológicos, se assim o desejar. Porém, nem todas as crianças são informadas pelos pais de que foram originadas por reprodução assistida através de uso de gâmeta de dador. Considera-se que a doação de material genético deve ser altruísta e livre de exploração comercial. A grande discussão neste caso concentra-se na obtenção dos óvulos. Diferente da doação de sémen, existe um risco para a dadora de óvulos, que precisará de realizar a super-estimulação ovárica, através do uso de drogas, e a captação dos óvulos, procedimento invasivo e que necessita anestesia. Há quem considere errado escolher o sexo do embrião e as características que este pode ter, para estas pessoas a seleção de sexo só se justifica quando utilizada para evitar transtornos genéticos ligados ao mesmo. Outros consideram que o problema reside no facto das técnicas não estarem ao alcance de toda a população. Como somos todos humanos, deveríamos poder ter acesso à cura de todas as doenças sem exceção, independentemente do preço do tratamento. No fundo os problemas éticos associados à RMA estão relacionados com o desperdício e manipulação de embriões, e com as questões financeiras que estão presentes nestes processos.













Webgrafia:

Técnicas complementares


Histeroscopia e laparoscopia

Na laparoscopia, faz-se uma pequena incisão no umbigo e é introduzido um telescópio fino (laparoscópio), que é um instrumento de fibra óptica que permite realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos. A histeroscopia é uma endoscopia uterina, ou seja, é um exame que permite ver a parede interna do útero, através de um histeroscópio, podendo a paciente acompanhar todo o processo através de um televisor.






Biópsia de embriões ou diagnóstico genético pré-implantatório (PGD)

Para evitar doenças ligadas ao sexo, cromossomas, ou mesmo doenças genéticas é possível a análise dos cromossomas ou mesmo de uma fracção dos genes através da técnica de diagnóstico genético pré-implantatório. Um blastómero é retirado do embrião (biopsia embrionária) durante os procedimentos envolvidos na Fertilização In Vitro e analisado Técnica de FISH (fluorescent in situ hybridization), permite diagnosticar Síndrome de Down, por exemplo.







Webgrafia;
http://www.profert.com.br/temas/novas_tecnicas/3/embriao.jpg
http://diariodetreinante.com.br/site/wp-content/uploads/2009/09/histeroscopia.jpg
http://4.bp.blogspot.com/-vcUk3x6iBEU/TjYrnMImROI/AAAAAAAAAMc/vRFJ8IrQRJs/s1600/totallaparoscopic.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reprodu%C3%A7%C3%A3o_medicamente_assistida



Publicado por: Patrícia Louzeiro e Ana Rocha 

domingo, 12 de outubro de 2014

Maternidade de substituição


Este método é usado quando a mulher é estéril por impossibilidade de gestação, por exemplo,devido à ausência de útero. Consiste na criação de um ser por outra mulher. Para tal, pratica-se uma fecundação in vitro ou ICSI com gâmetas do casal com posterior colocação no útero de acolhimento ou ainda por inseminação artificial com espermatozoides do elemento masculino do casal, sendo o oócito fornecido pela mulher integrante do casal.

Vantagens:
- É o último recurso para aqueles que experimentaram outros tratamentos, em que esses não resultaram.
-É a única maneira que alguns casais terem filhos.

Desvantagens:
-Em alguns países é proibido (Portugal).
-Procedimento dispendioso, que pode em alguns países chegar aos 100 mil euros.
-Sendo ilegal em alguns países, surgem maneiras de o fazer, mas clandestinamente. Os casais que recorrem a estes serviços estão desprotegidos pelo governo.
-Podem ocorrer situações em que, mesmo havendo um contrato que estipula a entrega da criança aos pais biológicos, caso a mãe de substituição não o faça e saia do país com criança o contrato fica sem efeito. Nestes casos a lei não pode agir sobre a mulher.


Video relativo à maternidade de substituição:
http://www.tvi.iol.pt/videos/a-tarde-e-sua-maternidade-de-substituicao/14170199






Webgrafia:

Publicado por: Patrícia Louzeiro e Ana Rocha 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Transferência intratubárica de zigotos ou ZIFT (Zygote Intrafallopian Transfer)


Esta técnica é uma variante da GIFT. Após recolha e selecção de oócitos e espermatozoides, recorrendo aos procedimentos utilizados na fertilização in vitro, os gâmetas são postos em contacto num meio de cultura adequado durante 18 a 24 horas. Quando ocorre a fecundação, é realizada uma pequena lacroscopia, como no procedimento anterior (GIFT).

Vantagens:
-O médico consegue confirmar a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, antes de os transplantar para o interior das trompas de Falópio, assegurando a formação de um zigoto e podendo escolher o seu sexo. Esta técnica de reprodução assistida possibilita ainda a deslocação natural do embrião até ao útero.
-A paciente poderá ir para casa em poucas horas.
Desvantagens:
- Relativamente à FIV, a ZIFT tem a mesma ou menor taxa de sucesso, daí que esta técnica não seja das mais utilizadas;        
- Baixa percentagem de êxito e excesso de zigotos, que não são colocados no corpo da mulher;
-Tal como a GIFT, hoje em dia, esta praticamente não é utilizada servindo para casos excepcionais, como na incapacidade de se colocar os embriões através do colo uterino. 

Video sobre a ZIFT:








Webgrafia:


Publicado por: Patrícia Louzeiro

Transferência intratubárica de gâmetas ou GIFT (Gamete Intrafallopian Transfer)


A GIFT é indicada para casos em que a infertilidade se relaciona com disfunções do esperma, quando a causa de infertilidade é desconhecida ou quando existem anomalias no muco cervical. Os gâtemas são obtidos da mesma maneira que nas técnicas anteriros, ou seja através da criopreservação. Após serem tratados e seleccionados em laboratório, os oócitos e os espermatozoides são colocados nas trompas de Falópio recorrendo a laparoscopia (procedimento cirúrgico minimamente invasivo realizado sob efeito de anestesia).  A taxa de sucesso desta técnica é de 25-30%, no entanto um terço das gravidezes são múltiplas.

Vantagens:
-A paciente poderá ir para casa em poucas horas.

Desvantagens:
-Baixa percentagem de êxito desta técnica, figurando entre 35 a 40 %;
-Grande possibilidade de concepção de gémeos, pois recolhem-se vários óvulos, para garantir alguma margem de sucesso.





webgrafia:






Publicado por: Ana Rocha

domingo, 5 de outubro de 2014

Injeção intracitoplasmática de espermatozoides ou ICSI (Intracytoplasmatic Sperm Injection)‏

A ICSI é uma técnica que começou a ser desenvolvida a partir a década de 90 do séc. XX. esta é indicada para o tratamento de problemas relacionados com a infertilidade masculina. É uma técnica de precisão realizada ao microscópio e consiste em injectar um único espermatozoide directamente dentro do oócito II, dando-se assim a fecundação. O trabalho é feito numa placa de Petri com duas micropipetas: uma delas segura o oócito II e a outra segura o espermatozoide, imobiliza-o e injecta-o dentro do oócito, ultrapassando a zona pelúcida. Os zitogos formados são posteriormente colocados numa incubadora, até á sua transferência para o útero.

Vantagens:

-Esta técnica hoje em dia é a melhor técnica de tratamento da infertilidade atingindo 50% de êxito em mulheres com menos de 35 anos. Por esse motivo, tem vindo a substituir a fertilização in vitro nas clínicas de reprodução assistida, já que os seus resultados são melhores.
-Permite que muitos homens com problemas no número e qualidade dos espermatozóides possam ser pais genéticos dos seus filhos;
-Permite uma maior eficiência nos próprios tratamentos de Reprodução Medicamente Assistida;
-Permite o tratamento de milhões de casos que até então eram dados como perdidos e para os quais a única solução passava pelo recurso a um dador de esperma;
-A microinjeção de espermatozóides é uma ferramenta indispensável no arsenal terapêutico do tratamento da infertilidade;
 -É um tratamento seguro e eficaz, quando realizado por Embriologistas experientes;
-A identificação de anomalias previne a transferência de embriões que estão destinados a não serem implantados ou ao aborto espontâneo;
-Diminui a taxa de gravidezes trissômicas. A taxa na população geral é de 2,7%, enquanto que diminui para 1,3% nos casos submetidos ao diagnóstico genético pré-implantação;
-Aumenta taxa de implantação;


Desvantagens:
-O número de embriões viáveis para a transferência é reduzido;
-O número de embriões que serão congelados é drasticamente reduzido. Alguns grupos de cientistas acreditam que o facto de serem congelados afeta a sua viabilidade ;
- Durante ou após a fertelização podem ocorrer anamolias cromossómicas que não são possiveis de detetar, quando se realiza a biopsia do 2º glóbulo polar, pois apesar de maior parte destas anamolias serem de origem materna(detetaveis), caso sejam paternas não são detetaveis ;
-Preço elevado (cerca de 4 mil euros);
-Existem poucas clínicas que dispõe este tratamento, implicando, por vezes, deslocações de grandes distâncias para se fazer o mesmo. Tratamento este que pode não ser suficiente por si só, visto que não é 100% eficaz;
-Há preocupações de que algumas doenças hereditárias,como a fibrose cística ( é uma doença hereditária comum, que afeta todo o organismo, causando deficiências progressivas e, frequentemente, levando à morte prematura), que estão associadas ao fator de infertilidade masculina, podem ser transmitidas para um descendente masculino;
-Muitos centros insistem num aconselhamento intenso e numa pesquisa genética antes do tratamento,assim como acompanhamento durante e depois da gravidez.





Videos sobre a ICSI:
 https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=GK7yJGZuJqM
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2rGWN-vKi0s


Webgrafia:
http://www.agravidez.com/wp-content/uploads/icsi.jpg

http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/biologia/12_reproducao_medicamente_assistida_d.htm





Publicado por: Patrícia Louzeiro e Ana Rocha

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Fertilização in vitro ou FIV

A técnica de fertilização in vitro, também denominada de bebé-proveta, é indicada em casos de lesão das trompas, gravidez ectópica, laqueação irreversível das trompas, endometriose, infertilidade masculina e em casos de infertilidade sem causa aparente. Esta técnica divide-se em várias fases:

  • Na primeira fase, efetua-se um tratamento hormonal utilizando-se um derivado sintetico parecido a hormona FSH, que vai ativar a maturação de vários folículos. Quando o desenvolvimento folicular é considerado suficiente inicia-se uma nova fase,através da injeção de uma hormona sintetica identica a LH, que desencadeia a ovulação. Os espermatozoides são preparados pela tecnica de crioconservação, utilizada na inseminação artificial.
  • Na segunda fase, colocam-se, no meio de cultura apropriado, alguns ao oócitos II e uma elevado concentração de espermatozoides.O meio é depois transferido para uma incobadora a 37ºC, reconstituindo as condições do utero.
  • Aquando da fecundação e da formação de embriões, dá-se a transferencia de alguns destes (1 a 3) para a cavidade uterina. No sentido de melhorar o estado do endometrio, para facilitar a nidação, a mulher é submetida previamente a um tratamento hormonal de progestrona. 


Vantagens:
-Mulheres inférteis, que fizeram laqueação das trompas ou que já entraram na menopausa podem recorrer a esta técnica para terem filhos, através de tratamentos adequados.
-Homens inférteis ou que fizeram vasectomia podem recorrer a esta técnica.
- Casais que possuam doenças hereditárias genéticas podem recorrer a esta técnica, sendo escolhidos e implantados os embriões que não apresentam a mesma doença.
-Nesta técnica só os embriões de melhor qualidade são transferidos para o útero materno.
-Baixo custo (o custo da inseminação intracervical é menor do que a de inseminação intra-uterina.)


Desvantagens:
-Possibilidade da mulher não conseguir engravidar, mesmo após várias tentativas;
-Risco de nascimentos múltiplos, pois são implantados vários embriões no útero da mulher.
-No caso de ocorrer nascimentos múltiplos existe a possibilidade de perda de gravidez, complicações obstétricas, parto prematuro e mortalidade neonatal.
-Risco de ocorrência de erro humano.
-Possibilidade de desenvolvimento do síndrome de hiperestimulação ovariana, resultante da estimulação contínua dos ovários.
-Risco de o bebé possuir malformações congénitas.
-Risco de complicações com a saúde materna.
-Desapontamento do casal, no caso de ineficácia dos tratamentos.
-A escolha de características fenotípicas dos bebés pode levar ao agravamento dos preconceitos e discriminações.



Video sobre a fertilização in vitro:
https://www.youtube.com/watch?v=GeigYib39Rs 

Curiosidade:
http://www.cienciahoje.pt/2542


Webgrafia:
https://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http%3A%2F%2Fpma_tecnicas.blogs.sapo.pt%2F1688.html&ei=5wpEVIaCCYTmauC8gIAK&bvm=bv.77648437,d.d2s&psig=AFQjCNE-AGUpVT21goF7dpCmSDeq99jsgw&ust=1413831630295955

Terra, universo de vida.- biologia 12º ano - pp. 49, 50.


Publicado por: Patrícia Louzeiro.