Hoje em dia a reprodução medicamente assistida
(RMA), tem-se tornado cada vez mais importante na ajuda a pessoas com problemas
na reprodução. Esta possibilita que casais, que por qualquer razão não podem
ter filhos, procriem. Apesar de assim o ser, muitos problemas éticos são
suscetíveis de serem levantados, uma vez que nos procedimentos que estão
envolvidos na RMA, utilizam-se técnicas onde se está em contacto direto com
embriões. Para algumas pessoas, o problema reside no aproveitamento dos
embriões que é feito por parte dos médicos. As opiniões variam entre ser
aceitável, ou não ser, e os argumentos dados tanto são de origem religiosa como
de origem ética. A condição moral do
embrião, que está intimamente ligado com as questões de quando começa a vida
humana e com a definição de pessoa, é um ponto-chave no debate ético. É
controverso se o embrião é um ser humano desde o momento da fertilização. Para
os que pensam que a vida humana começa no momento da fertilização, o embrião
tem os mesmos direitos que uma pessoa, é merecedor de todo respeito e deve ser
protegido como tal. Dois argumentos
sustentam este raciocínio: o primeiro é que o embrião tem o potencial de tornar-se uma pessoa, e o segundo é
que o mesmo está vivo e tem direito à
vida. Os que consideram o embrião apenas como um conjunto de células,
julgam que ele não merece nenhuma diferença de tratamento que qualquer outro
grupo celular. Há ainda quem se posicione de forma intermediária, defendendo
que o embrião é especial, mas que não se justifica protegê-lo como a uma pessoa.
O certo é que durante estas técnicas não é feito o correto uso dos embriões.
Inúmeros embriões são desperdiçados, pois é necessário que se formem vários
embriões de maneira a aumentar a probabilidade de sucesso. Muitas pessoas acham
que o embrião tem direito à vida e acham incorreto manipular com a vida de um
ser humano. As questões bioéticas em relação à doação de gâmetas envolvem a
introdução de um terceiro elemento na relação conjugal (o dador), a forma como
os gâmetas são obtidos (pagamento ou não-pagamento do dador), a questão do
anonimato ou não, os possíveis danos psicológicos dessas crianças e o risco de
consanguinidade(filhos do mesmo dador). Recentemente o anonimato do dador é um
assunto bastante falado e sua discussão baseia-se no facto de que todo o ser
humano tem direito de conhecer a sua origem biológica. Em alguns países o
anonimato não é obrigatório, como a Austrália, e noutros, como na França, ao
completar 18 anos o indivíduo passa a ter o direito de conhecer o pai ou mãe
biológicos, se assim o desejar. Porém, nem todas as crianças são informadas
pelos pais de que foram originadas por reprodução assistida através de uso de
gâmeta de dador. Considera-se que a doação de material genético deve ser
altruísta e livre de exploração comercial. A grande discussão neste caso
concentra-se na obtenção dos óvulos. Diferente da doação de sémen, existe um
risco para a dadora de óvulos, que precisará de realizar a super-estimulação
ovárica, através do uso de drogas, e a captação dos óvulos, procedimento
invasivo e que necessita anestesia. Há quem considere errado escolher o sexo do
embrião e as características que este pode ter, para estas pessoas a seleção de
sexo só se justifica quando utilizada para evitar transtornos genéticos ligados
ao mesmo. Outros consideram que o problema reside no facto das técnicas não
estarem ao alcance de toda a população. Como somos todos humanos, deveríamos
poder ter acesso à cura de todas as doenças sem exceção, independentemente do
preço do tratamento. No fundo os problemas éticos associados à RMA estão
relacionados com o desperdício e manipulação de embriões, e com as questões financeiras
que estão presentes nestes processos.
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